Denomina a Rua Projetada, código 18131, no bairro Industrial, desta cidade, de Rua Miguel Tataren.                                                                                                       

O Vereador abaixo assinado, no uso das atribuições que lhe confere o Regimento interno desta Casa de Leis, propõe o seguinte projeto de Lei:

Art. 1º Fica denominada a Rua Projetada, código 18131, no bairro Industrial, desta cidade, de Rua Miguel Tataren.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

Justificativa:

Numa justa homenagem ao cidadão Miguel Tataren, apresentamos este projeto para apreciação desta Casa de Leis.

A Breve estória de um cidadão de bem

Miguel Tataren, R.G- 150.152, o terceiro entre os oito filhos de Nicolau Tataren e Ana Tataren, nasceu na cidade de Araucária, aos 14 de agosto de 1924. Aos quatro anos de idade sua família mudou-se para o município de Guarapuava, tendo se estabelecido no distrito de Faxinal dos Fiúzas, onde a mãe e as irmãs praticavam lavoura de subsistência e o pai o labor de oleiro. Os 85 anos subsequentes, até o óbito no dia 16 de março 2010, foram vividos em Guarapuava, disso decorrendo o inquestionável sentimento de amor e pertencimento à terra na qual forjara sua existência em luta aguerrida, tendo se considerado, destarte, autêntico Guarapuavano.

Desde muito cedo Miguel Tataren incorporou-se às lides rurais e de olaria, mormente após a morte prematura do pai, aos quarenta anos de idade, quando passou a ser arrimo da família.

Contava que desde menino, saíam de casa, no faxinal dos Fiúzas, e andavam cerca de seis quilômetros para trabalhar na olaria do “Seu Silvio Missino”, levando um embornal de pano com polenta, que era a refeição do dia. Essa luta diária foi empreendida até os 18 anos de idade, quando saiu de casa para trabalhar na Serraria Indústrias Reunidas, no distrito do Jordão.

Na segunda metade da década de 1940 passou a exercer o ofício de motorista de caminhão, tendo trabalhado no transporte de madeira para a Serraria dos Irmãos Carollo, no distrito de São José, e finalmente para a serraria dos Diedrich, localizada no Capão da Lagoa.

Em 19 de abril de 1952 deu-se o casamento de Miguel Tataren e Neiva Ferreira Tataren, do qual resultaram os filhos Edson Luiz, nascido aos 07 de maio de 1965, Sérgio, de 03 de maio de 1958 e Andyara, de 21 de setembro de 1959. Nos idos de outubro de 1962, Miguel Tataren adquiriu o imóvel da Rua Senador Pinheiro Machado, nº 1473, em frente à praça Coronel Cleve, onde a família passou a residir e a exercer atividade econômica.

Na casa de morda dona Neiva, além dos afazeres domésticos, exerceu a atividade de costureira por mais de quarenta anos. Atualmente, aos 82 anos de idade, ainda exerce o ofício de doceira. O “Seu Miguelão”, como era conhecido, instalou a Ferraria São Bento, num pequeno barracão nos fundos do terreno e lá exerceu o mister de ferreiro por 48 anos, até a sua morte, em 2010.

Nesse longo período, no rebimbar da marreta, malhando ferro incandescente e trabalhando desde o raiar do dia até o crepúsculo, exerceu seu ofício prestando serviços de conserto e fabricação de ferramentas para incontáveis trabalhadores urbanos e rurais, das mais variadas profissões.

As ferragens forjadas nas bigornas da Ferraria São Bento serviram muitos empresários da indústria madeireira e da construção civil. Os serviços do “Seu Miguelão” eram requisitados pelos fazendeiros da região, fossem para as lidas agrícolas, ou pecuárias; manadas de bovinos eram marcadas a ferro por marcas saídas de suas forjas. Inúmeras porteiras e pontes da zona rural de nosso município foram construídas utilizando as ferragens por ele fabricadas. Incontáveis foram os guarapuavanos a quem ele atenciosamente serviu.

Transbordando exemplos de honestidade, bondade e energia para o trabalho, como parâmetros de conduta, “Seu Miguelão” formou família sólida e harmoniosa, cujos filhos foram educados para viver observando os rigores da retido de caráter, além disso, construiu grandes amizades e conquistou respeito das pessoas que passavam pela sua ferraria, que era uma extensão da sua própria casa.

Sergio Tataren.